Certamente, os animais predadores são os mais difíceis de serem reabilitados e devolvidos natureza, pois eles devem ser antes de tudo preparados, física e tecnicamente, para realizar as ações das quais dependem para sobreviver: perseguir e abater outros animais. Com as aves de rapina não é diferente, e até mesmo mais complicado em todos os aspectos.
Salvo em casos muito específicos, é difícil falar em reabilitação responsável de aves de rapina sem utilizar os conhecimentos e técnicas da Arte Milenar da Falcoaria.
A falcoaria permite desenvolver relações de tolerância da ave ao homem, conseguindo desta forma uma diminuição do stress e uma maior facilidade no manuseio destes predadores durante exercícios de perseguição de iscas artificiais necessários ao seu condicionamento físico. Posteriormente, esses vínculos com seres humanos podem ser suprimidos, garantindo que essas aves, após sua soltura, não irão se aproximar de habitações em busca de alimento.
A soltura pós-reabilitação deve ocorrer com as aves de rapina somente após período de reabilitação em cativeiro, observados os seguintes critérios:
I – Espécime reabilitado fisicamente;
II – Espécime que mantenha comportamento natural, sem evidências de mansidão;
III – espécie com ocorrência natural na região de soltura;
IV – Espécime que não possua restrição sanitária ou enfermidade que ameace a saúde pública.
(Toda ave reabilitada será devolvida preferencialmente ao seu local de origem/ captura).